Sinto no corpo ja moído,
pelo tempo surrado,
A água caindo,
Lavando o passado.
E, Por alguns instantes,
o amanhã à planejar
compromissos não dormem
insistem em acordar.
E, a água que agora meu rosto molha,
faz um gesto de acariciar,
bate, refresca e corre rápido.
Talvez por pena do meu olhar
Então fecho os olhos,
não as quero espantar,
sinto apenas as gotas,
em minha pele deslizar.
E no cheiro da água quente
vejo despertar velhas lembranças
a colorida banheira
do meu tempo de criança
Percebo que estou sozinha
um instante somente meu
sorrindo como a criança
achando o brinquedo que perdeu
E a pedra de ensaboar,
Donde vem o cheiro doce
revive meu corpo
como se minha cura fosse.
Logo entrego-me
sou minha e tudo sou eu
sou parte daquela menina
que o brinquedo perdeu
Sinto na caricias em meus cabelos,
que a água faz agora,
a vontade do meu homem
que carinhosamente meu peito devora
e renasce a vontade
de com esse homem estar
se possivel não amá-lo
apenas ao seu lado deitar
e quando isso conseguir,
vou fechar os olhos e sonhar,
ao lado do homem que me ama
e me faz feliz ao me desejar.
Leila Piedad & S.F.