Olhar que cega
fura minh’alma
incomoda o peito
estranhamente consola
o Estranho me encara
fazendo-me sua
domina meu pensamento
sinto-me desnuda
pequena é a vergonha
do rubro que brota
na face de mulher
segredos de outrora
então fecho os olhos
falta-me o ar
sinto a vontade
deste Estranho amar
e o calor me invade
toma meu corpo
velhos desejos
com sabor de novo
e por uns instante sou sua
sem querer, sem amar
matar seu desejo, Estranho
Escrava presa em olhar
Leila Piedad