Hoje navegando pela minha rede social, vi um vídeo postado pelo Carlos Eduardo Rodrigues Alves, talvez o maior responsável pela minha escolha de vida acadêmica e pessoa que eu sempre faço uma homenagem em todos os roteiros que escrevo, onde a família Simpsons zombam de Trump e ‘declaram voto’ em Hillary.
Sabe o que eu acho mais legal disso? Me parece, a distância, que nos EUA ter um posicionamento politico não é crime. Ao meu ver lá é meio que comum você ser democrata ou republicano, e mesmo se você é “um desenho”, pode ter uma opinião política. Sabe? Não há, ou melhor, temos uma menor hipocrisia velada.
No Brasil parece que temos a obrigação de ser nulos, isentos. Não podemos ter opinião política e parece que tê-la é crime, isso é ridículo. Nos EUA, há emissoras que expressam claramente sua posição política, há apresentadores de televisão que deixam claro sua visão e opinião política e, para mim, isso é ótimo.
Saber de onde a pessoa fala, lhe permite saber a ideologia que a cerca pois, desta forma, você sabe o lugar de onde ela (a emissora, o repórter, ator, desenho, etc) fala, sabe o que ela defende, sabe, por fim, a sua posição política.
Ai você vem no Brasil, tem muita revista que você VEJA por ai, que não faz reportagem, faz campanha política. E tem muita CARTA que você recebe que também é pura campanha política. E tais revistas se declaram como imparciais, isentas. Declaram, ainda, que seu único compromisso é com a verdade. Entende o risco?
Revistas, jornais, desenhos, carros, computadores, tudo que foi feito pelo homem TEM uma ideologia. Sempre vai ter. O homem coloca naquilo que faz um pedaço de si, o que o homem constrói leva consigo seu ideal. Isso é tão claro que um arqueólogo, observando a construção de uma cidade, é capaz de definir com certa precisão a estrutura política daquela cidade. Onde vivia cada classe social, como eram as divisões de tais classe, etc.
É preciso que as instituições sejam claras quanto o seu posicionamento político, até para que eu, como consumidor dela, possa me colocar a favor ou contra a ideologia dela. Isso é saudável, favorece o debate político. Saber de onde essa instituição fala me permite saber se estou com ela, ou se sou divergente à opinião dela.
Agora me diz. Em uma escola “SEM POSICIONAMENTO POLÍTICO” onde, na verdade tal posicionamento fatalmente é velado, pois se em uma cidade esquecida no tempo tem uma ideologia, imagina em uma aula, COMO vamos nos colocar contra ou a favor de algo?
Na verdade, me parece que o problema não está no partido na escola, mas sim em querer velar esse partido.
Para mim é claro que todo formador de opinião, seja ele professor, desenho, livro, revista, etc. precisa ser ético o suficiente para deixar claro o lugar de onde fala, e mais ético ainda em, ao falar do seu lugar, perceber que sua fala será SEMPRE, carregada pela sua ideologia e para alem deste perceber permitir SEMPRE que haja uma fala contrária a sua. Isso não é crime.
Quando um aluno tem uma opinião política diferente da minha, ele nunca estará errado, ele nunca poderá ser JULGADO como errado. E é justamente ai que vem o papel do professor, sua intenção como professor não é, e nunca será, converter esse aluno, mas sim enriquecer o debate com argumentos para que, ate mesmo, esse aluno fortaleça os seus argumentos. Fazendo, portanto o debate sair do achismo para o fundamentalismo, sair do Fla-Flu e virar um debate político tão sério quanto a idade do aluno permite.
Nenhum aluno é cabeça de bagre, é uma folha de papel em branco, onde o professor impõe uma ideologia. Esse pensamento é tão ridículo que chega a ser Bobo.
Alunos em QUALQUER FAIXA ETÁRIA, possuem posição política. O aluno não é um ser sem pensamento. No qual o professor deposita uma ideologia e depois ele devolve ela na rua, na manifestação, era só o que me faltava vamos progredir do conceito de Educação Bancária para o conceito de Ideologia Bancaria.
Tenha santa paciência né.