Um dos textos mais bonitos que li, sobre educação avaliação, é do Alipio Casali (Fundamentos para uma avalição educativa), acho esse texto, assim como quase tudo que ele escreve ou fala, uma das coisas mais poéticas e belas que li durante meu mestrado.
Hoje, pela manhã, fiz uma reflexão que cabe, muito bem, esse texto. E gostaria de convidar você a uma reflexão comigo. Serão apenas 5 minutinhos. Coisa relativamente rápida.
Faça mentalmente, uma lista pequena de 5 ou 10 coisas que o aluno deve fazer na escola, na sua sala de aula, vamos lá. Seja você professor, seja você aluno, faca uma lista de 10 coisas que você deve fazer na escola. Vou dar um tempo para você pensar nela. Coisa rápida. Apenas 5 ou 10 coisas. Essa reflexão é muito fácil de fazer, ela vem, quase que espontaneamente na cabeça. Ele deve fazer lição, deve respeitar o professor, deve se comportar, etc. Esse exercício é tão simples de fazer que caso eu peça para você fazer uma lista com 20 ou 30 coisas que o aluno deve fazer, você faz sem muito esforço. Agora vou lhe fazer um segundo convite. Faça, novamente mentalmente, uma nova lista, uma lista pequena também. Algo em torno de 5 ou 10 coisas que o aluno Pode fazer na escola, em sua sala de aula. O que ele pode fazer? Em um primeiro momento, acredito que confundimos o poder dele com o dever dele: oras ele pode respeitar o professor, pode se comportar direito, pode fazer lição, pode assistir aula ou ele deve respeitar? Deve se comportar? deve fazer lição? Mas vamos nos esforçar mais. Uma lista de 5 coisas, vamos apenas 5 coisas que o aluno Pode fazer, que é dele, direito dele, apenas dele. Decisões que são por ele tomadas. Qual é o poder do aluno em sala de aula? E aqui propositalmente uso o verbo poder. Qual o poder do aluno?
Para mim, e talvez apenas para mim, ficou muito difícil esse pensar, montar essa lista. Volto então para o texto do Alípio “estamos falando de poder como verbo, como possibilidade de ação: Poder fazer, poder tornar-se, poder alcançar. Aliais, todo poder deve ser, eticamente falando, um verbo (ser para a ação) e não um substantivo”(2007, p.12)
E a pergunta que fica em minha mente, em meu pensar e agir, é: Qual o poder que estamos ensinando ao nosso aluno? Cada vez mais parece, a mim, que a educação caminha para uma eterna luta de poder: O Poder do professor contra o poder do aluno, o poder do gestor contra o poder do professor, o poder do estado contra o poder do gestor, e por ai vai.
Ate quando vamos, na educação, brigar por um poder? Ah se você fez a lista, compartilhe comigo, Tanto a do Dever do aluno quando a do Poder do aluno. Fiquei curioso pela resposta.