Deixamos marcas, muitas marcas e, em meu percurso acadêmico, algumas ficaram gravadas em mim, mas há, ao menos uma que repito quase que cotidianamente aos meus alunos. O tempo é uma questão de escolha.
Foi em uma segunda feira, muito possivelmente as 8h da matina, que escutei essa frase pela primeira vez, o Mestre Cortella, explicava algo sobre a historia da educação no brasil quando ele disse exatamente isso. Tempo é uma questão de escolha. O dia tem, para todos, 24 horas, cabe a você decidir como quer passar ele. Como quer gastar seu tempo e, talvez, isso faz do tempo aquilo que de mais precioso temos.
Ninguém pode falar “Desculpe é que ontem eu não tive tempo, por isso não falei com você”, ora todos temos 24h ninguém acorda com uma carta falando: “Hoje seu dia terá apenas 2h, se vira”. O mais justo seria falar “Desculpe, ontem eu escolhi fazer outras coisas e não escolhi falar com você”.
Por isso, sempre que alguém decide falar comigo eu escuto. Escuto por inteiro. Me dedico aquela pessoa ao meu máximo, pois o tempo dela, que é aquilo que ela tem de mais importante, agora é meu. Ela me deu, ela me escolheu.
Somos e fazemos cotidianamente escolhas e certamente, são essas escolhas que nós define. Se você escolhe, por exemplo, dançar na maior parte do seu tempo, você vai ser conhecido como aquela pessoa que dança, no entanto, se você escolher trabalhar na maior parte dele, você será conhecido como trabalhador. Mas se você escolher sonhar, você será um sonhador.
Sendo assim, quando uma pessoa me fala, fulano está me fazendo de bobo, automaticamente penso: Oras, se você é escolha do seu tempo? Como alguém pode fazer de você alguma coisa? Você é aquilo que você escolhe ser, quem sabe não foi você que escolheu ser bobo de alguém?
Portanto, sempre que alguém dedicar, um segundo, um minuto, uma hora, um dia, seja o tempo que for a você, entenda aquilo como uma forma da pessoa falar: Ei, você é minha escolha agora. E, se possível, escolha ela também, quem sabe assim você não será nem aquele que dança, nem aquele que trabalha, nem aquele que sonha, será aquele que esteve com alguém quando essa pessoa precisou.
O dia tem 24 horas, mas talvez essa pessoa só precise de um segundo seu.